quarta-feira, 2 de maio de 2012

La Despedida.




Trancou as portas e todas as janelas. Conferiu cada fresta, brecha, rachadura, nada ele deixou, nada deixou de passar. Trancou-se. Chaves na porta a balançar. Livro na mão, cigarro acesso, noite escura. A lua no céu tentando entrar por alguma fresta, mas não havia espaço, espaço algum para a luz entrar. Apenas alguns lampejos, daquela vela antiga, acessa no altar, queimando lentamente, cheiro de rosa vermelha no ar. Mais um gole de cachaça, pinga ou derivados, como você queira chamar. No banheiro a luz acessa, o espelho foi visitar. Olhos amarelados, pele pálida, barda a fazer, cabelo a pentear. Pegou a navalha, não houve tempo há pensar. Pijama tingido de sangue.Último olhar no espelho, lágrimas no rosto. Apagou a luz, a vela, no altar fez sua oração e foi dormir, precisava sonhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário