terça-feira, 1 de maio de 2012

Jezabel



-Naquela noite tive um sonho. Fui transportado para um lugar desconhecido. Um corredor estreito. Ao fundo ouvia algumas vozes, risos e gritos. Caminhei por alguns minutos até me deparar com uma porta, a porta devia ter uns cinco metros de altura, era grande e parecia pesada, haviam grandes cadeados selando aquela porta, ao olhar para o chão havia uma chave, era linda cravejada de diamantes, abaixei, peguei a chave, as mãos tremiam, o que haveria por detrás daquela porta tão misteriosa. Respirei fundo, abri os cadeados, despia-se ali naquele momento os segredos guardados por muitos anos. Ao abrir a porta um ranger, de dor, tortura, ranger de dentes, assim foi meu primeiro contato com aquela porta. No primeiro momento me deparei com um enorme salão, pude observar algumas teias, um cheiro doce no ar, havia muita nevoa, arrisquei dar mais alguns passos. Uma voz me chamava, era como canção dos anjos, voz suave, melodia que encantava. Vaidade. Andando mais um pouco ao longe a avistei, estava lá, era ela, não era lenda. Sentada em um trono, trono esse de ouro, o ouro mais brilhante que já havia visto, nas laterais dois leões dormiam. Seu rosto coberto por um véu, véu negro, negro como a noite, noite sem luar. O véu a cobria da cabeça aos pés. Em sua mão direita segurava uma taça, nela estava gravado com ferro e fogo a palavra blasfêmia. Na outra erguida havia um chicote, era feito de couro e em cada abertura havia um nome, não consegui ler, minha vista estava embaçada, tudo rodava ao mesmo tempo, como sair daquele lugar passava a todo momento pela minha mente. Mas não havia saída. Era necessário. Em seus pés pude ver grossas correntes a prenderem, eram lindas as correstes, pude ver uma pedaço de sua pele, era branca, mas alva que a neve mais pura, mais linda que o nascer do Sol na primavera. A sola de seus pés apoiavam-se sobre um punhal, punhal de prata, refletia como espelho, espelho quebrado, por todas as direções. Na ponta do punhal estava gravado a palavra amor. Ao lhe perguntar o que significava tudo aquilo, ouvi apenas o silêncio, por cima do véu havia uma mordaça, vermelho carmesim, vermelho sangue, estava escrito MENTIRA. Em um canto da sala avistei uma carta, estava um pouco empoeirada, o papel meio amarelo se desfazia ao meu toque. Li toda a carta. Um lágrima rolou do rosto, a segurei, ali não era lugar para água, emoções. Pedi licença, ajoelhei em reverência aquele ser peguei o punhal e tudo escureceu. Estava consumado. Era o fim.

''20. Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria.
21. E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu.
22 Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras.
23 E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossa obras.''  (Ap. 2:20-23)

Escrito a carvão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário